ATENDIMENTO PSICANALÍTICO
Psicologia Infantil SP - Jardins | Psicóloga e Psicanalista - Luciana Kie
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PSICANÁLISE | Cuidados da Infância - Pais e Filhos
Quando levar meu filho ao psicólogo infantil?
QUAL O MELHOR MANUAL PARA EDUCAR UM FILHO?
Questionamento comum e legítimo que nos chega aos consultórios de psicologia. De um lado, especialistas dizendo o que fazer: “Dar limite é dar amor, tem que...”. Do outro, mães perguntando-se: “Ok, tenho feito tudo isso, onde estou errando?".
A história de um filho começa a ser contada antes de seu nascimento. Um nome e um lugar lhe são transmitidos - mesmo quando a gravidez não é planejada. Pais e cuidadores vão atribuindo sentidos aos primeiros gestos e manifestações do bebê, aos diferentes choros e sorrisos.
Através da comunicação lúdica e criativa, a criança passa a apresentar “traços de personalidade”, diferenciando-se dos irmãos e de outras crianças, como leem e notam mães, pais e cuidadores de gêmeos, filhos adotivos e mesmo os pais de primeira viagem. Dessa observação e convivência atenciosa revelam-se aspectos preocupantes aos pais e professores: dificuldades escolares, TDAH, problemas de relacionamento, timidez, agressividade, ansiedade, agitação motora, enurese etc.
Se por um lado a presença e o cuidado da maternagem são essenciais, por outro, o excesso de preocupação, expectativas, culpabilidade dos pais pode refletir no relacionamento com os filhos. Por esse motivo, a participação dos cuidadores, na disposição ao trabalho de suas próprias questões, muitas vezes se faz necessário. A ser decidido em cada caso, pode ocorrer com a mesma psicanalista ou com encaminhamento a outro psicanalista ou psicólogo.
O QUE FAZ A PSICOLOGIA INFANTIL PSICANALÍTICA?
Um psicanalista não visa ditar aos pais formas corretas de educar seus filhos, isso seria o mesmo que dizer “a culpa é sempre dos pais”, para o bem ou para o mal. Ou seja, seria acreditar que o filho é consequência direta dos atos dos pais em uma causalidade linear. E, portanto, para uma infância saudável bastaria corrigir e melhor instruir os pais (como se um manual universal houvesse).
Essa lógica serve ao nosso narcisismo: diante de um grande feito do filho, mérito e orgulho dos educadores. Mas quando algo “dá errado” surge a frustração e a culpabilidade, seja localizada em si mesmo ou em um agente externo: a família, a escola ou mesmo a própria criança, que então passa a ser vista como a “criança-problema”.
Esse circuito faz da impotência um motor para uma busca crônica a especialistas e fórmulas prontas. Fórmulas que soam eficazes quando silenciam o incômodo, calando a criança. Ou mais precisamente,
calam o que nela dizia estranhamento, diferença,
e, por vezes, sofrimento.
É importante frisar que a psicoterapia psicanalítica trabalha em interdisciplinaridade com médicos, pediatras, psiquiatras, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, pedagogos etc., não dispensando esses saberes.
Não se trata de exaltar a impotência por via oposta e dizer que os pais nada têm a fazer ou esperar dos filhos. Mas sim, de levar a reflexão honesta sobre o lugar que esse filho tem em suas vidas, as razões que os levam a adotar uma ou outra postura em relação a ele, e, sobretudo, permitir que o apoie com confiança nessa difícil missão de ser.
Quanto a criança, trata-se de deixá-la falar e constituir-se
a partir das marcas (in)familiares que traz, fazendo-as suas.
A clínica de psicanálise com crianças alia o método psicanalítico de escuta ao brincar e fantasiar infantil, entendendo-os como seu modo próprio e particular de comunicação, aquisição da linguagem e elaboração psíquica. A criação de um mundo próprio, como nos lembra Freud. Na atividade lúdica a criança pode expressar emoções, lidar com sentimentos, apropriar-se do que descobre a sua volta e reorganizar seu mundo, entre investigação, repetições e invenção.
* Por Luciana Kie, psicóloga e psicanalista - Jardim Paulista - São Paulo / SP.
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